Tenha objetivos claros, mas esteja aberta ao recalcular das rotas. O apego a ideias inflexíveis de sucesso nos deixa míopes. Ao longo da sua caminhada, de tempos em tempos, pare, olhe a vista, olhe para dentro e se faça a pergunta: esse sonho ainda faz sentido pra mim?
Fique atenta ao que faz brilhar a sua luz. O que te energiza verdadeiramente? O que te faz sentir eufórica, animada, disposta, com borboletas internas de excitação? As respostas te darão boas pistas de onde você deve colocar a sua energia.
Saiba se presentear sem se ressentir por não estar recebendo o presente que julga merecer de alguém que ama. E saiba receber um presente sem se ressentir de não poder, neste momento, comprá-lo você mesma. Ambos os extremos têm seu valor e você pode saborear as delícias dos dois.
Para significar um acontecimento, escolha joias. Eternas, indestrutíveis, duráveis, cheias de simbologias que atravessam séculos. Sempre que você olhar pra elas, passe o tempo que for, vai lembrar exatamente da ocasião em que foram compradas ou ganhadas. Num mundo tão volátil como o nosso, isso vale ouro… literalmente!
No seu caminho, você provavelmente vai desapontar algumas pessoas. E isso é dolorido porque, no fundo, desejamos ser amados por todos, mas esse desejo não pode ser mais importante do que deitar a cabeça no travesseiro em paz, com a certeza de que você foi verdadeiro com você.
Pessoas muito importantes na nossa vida vêm e vão. Pessoas importantes podem virar desconhecidas da noite para o dia. E pessoas desconhecidas podem virar importantes, assim, num piscar de olhos. Machuca, mas também pode ser um presente.
É absolutamente natural e humano sentirmos coisas opostas mesmo pelas pessoas que mais amamos. Amor e raiva, excitação e tédio, admiração e decepção… nenhuma invalida a outra. Somos seres ambivalentes e é preciso viver esta ambivalência e entender que mesmo que a gente ame muito alguém, a gente não ama tudo nesta pessoa. E provavelmente esta pessoa não ama tudo em nós.
A gente não vê as coisas como elas são, a gente vê as coisas como nós somos. O ponto de vista de qualquer pessoa é a vista a partir de um ponto e toda opinião sobre o outro está sempre cheia de nós mesmos. Pensa nisso quando o julgamento do outro machucar muito você.
Se permita ser imperfeita. Faltar, falhar, não realizar seu objetivo, não chegar lá, não ticar a lista. Todo mundo fica em débito consigo e não existe algo como zerar a lista. As redes sociais, essas multiplicadoras seriais de perfeição, vendem muita positividade tóxica e pílulas perversas de autoajuda que dizem que “você pode tudo, basta querer”. Não, você não pode tudo. Ninguém pode. E, no fundo, ninguém quer. Como seria viver num mundo em que se pode tudo? Que tédio!
Cuidado ao querer eliminar seus defeitos. Eles podem estar na base de uma torre altíssima de qualidades.
Pratique a aceitação pessoal radical. Deixe fluir quem você é, com seu pacote pessoal e intransferível de qualidades e BOs. Não se trata de se conformar com seus defeitos, lavar as mãos, sou assim mesmo e ponto, e desistir de se melhorar, não é isso. Mas ter consciência de que viver é um eterno paradoxo entre buscar se aperfeiçoar e buscar se aceitar. Só que ultimamente a balança visivelmente pendeu pro “buscar se aperfeiçoar”. Altos níveis de performance, nunca é bom o suficiente, você pode até estar feliz, mas será que não poderia estar mais feliz? É hora de focar energia naquilo que realmente precisa ser melhorado – ênfase no “realmente”. E, cada vez que a autocobrança bater, implacável à sua porta, converse com ela e coloque seus limites. Não só ninguém é perfeito como nós sempre vamos preferir nos conectar e nos relacionar com pessoas ligeiramente quebradas como nós.
Você é muito mais do que você produz. Sua produção profissional não determina seu valor. Você não é seu cargo, seus followers, seus prêmios, seu sucesso. Você é o seu coração, sua intenção, você é primeiro o impacto que provoca nas pessoas que convivem intimamente com você. Se recompense pela mulher foda que você é, e não pelo que esta mulher foda tem ou como ela assina seu cargo.
Tudo o que vale pena dá trabalho. Um negócio, um relacionamento, até a relação de mãe e filho. Nenhum jogo tá ganho. E a gente se dá (e às vezes se anula, sim) na medida em que aquela história vale o nosso investimento. Coloque sua energia, que é finita, nas coisas e pessoas que realmente valem a pena.
Celebre suas vitórias hoje. Vitórias de todos os tamanhos. Passamos a maior parte da vida lamentando perdas passadas e sonhando com conquistas grandiosas futuras. Nos falta estar presente no presente. Celebrar as pequenezas prazerosas da vida, sabe? Um trabalho concluído, um exercício feito, uma receita preparada, um beijo de filho, uns minutos com os cachorros, aquele momento de tomar seu vinho, assistir a uma série, comprar um presente pra si. Coisas extraordinárias são pontuais. A vida que vale a pena é aquela que acontece nos intervalos.
Não caia na arapuca da comparação, sobretudo nas redes sociais. Os talentos das pessoas são pontuais.
Não deixe seu cérebro ler a realidade a partir do seu desespero ou da sua insegurança. Cale essas vozes internas da seguinte forma: cada vez que um pensamento limitador surgir, você conversa com ele e o reescreve dentro da sua biografia interna.
Entenda que uma coisa é o lugar que querem te dar. Outra coisa é o lugar que você aceita ficar. O outro pode te dar o lugar que ele quiser – e isso depende dele. Você pode escolher se topa ficar ou não – e isso depende de você. Simples assim, complexo assim.
Aprenda a desotimizar a vida. Flexibilize, desacelere e se parabenize quando conseguir. Se permita o luxo que é respirar sem contabilizar feitos ou ticar uma lista interminável de afazeres.
Entenda de uma vez por todas que ser bem-resolvida não significa ausência de conflito. Ausência de conflito é morte. Viver é conflituoso e nossa alma é angustiada por natureza. Abrace isso, não se sinta um ET e tente resolver (não zerar, porque é impossível) o maior número de conflitos possível pra viver leve.
Por fim, aceite, ainda que com tristeza, que tem gente que sai para a vida para construir. E tem gente que sai para a vida pra destruir. Seja a primeira. Se tiver questões com alguém – e é impossível passar pela existência sem ter questões com alguém -, procure a pessoa, tenha a conversa difícil necessária, e resolva. Se sua intenção é resolver, faça isso off-line, sem exposed, em respeito a ela mas também a você. Mulherões com M maiúsculo, ao que me consta, fazem assim!
