Rodrigo Robson é um ícone do mundo joalheiro. Dono de uma criatividade ímpar, o designer tem um trabalho autoral marcante. Responsável pela Coleção Signature, ele contou para o nosso blog um pouco mais sobre o seu processo criativo e o que podemos esperar da sua nova coleção. Confira a entrevista abaixo.
“Passava as noites acordado criando,
tinha as paredes do meu quarto todas
desenhadas do chão ao teto.”
Seu contato com o mundo das joias vem desde muito cedo. Por isso, o processo criativo deve ser algo natural para você. Como é esse processo?
Rodrigo Robson: A minha vivência com processos criativos se confunde com a minha vida. Eu não me recordo de um momento em que eu não estivesse criando alguma coisa, passava as noites acordado criando, tinha as paredes do meu quarto todas desenhadas do chão ao teto quando eu era criança. Fiz teatro, dança, canto. Entretanto, cada coleção ocorre de maneira diferente. Por mais contato que eu tenha tido com criação por toda a minha vida, ainda sinto o mesmo entusiasmo no início das pesquisas de cada projeto.
“Minhas pesquisas são sempre
voltadas para movimentos artísticos, comportamento e inovação.”
Como você pesquisa tendências e novas ideias para o desenvolvimento das suas coleções?
Rodrigo Robson: Sou um crítico das “tendências”. Acredito que vivemos em um momento em que a personalidade e a história de cada marca ou criador são mais importantes que elas. Claro que existem alguns movimentos muito fortes, reservo um pequeno pedaço da coleção para eles, somente quando eles realmente são significativos. Minhas pesquisas são sempre voltadas para movimentos artísticos, comportamento e inovação. Dentro desses tópicos consigo explorar a estética, sem que minha joia se pareça com algo que já existe no mercado.
“A joalheria é antes de tudo
uma expressão artística.”
A joalheria é um segmento milenar, o trabalho do ourives é extremamente manual e até hoje faz parte do processo de desenvolvimento das joias. Como você enxerga o impacto do surgimento das novas tecnologias nesse processo?
Rodrigo Robson: A joalheria é, antes de tudo, uma expressão artística. A gente pode contar a história do mundo através da joia. Sempre existirá o espaço para uma joia incrível feita à mão, sempre existirá um artista extraordinário a ser reconhecido. Isso constrói a magia do nosso mercado. Porém, a grande maioria das empresas exige agilidade em suas linhas comerciais. É natural essa movimentação, e precisamos entender sobre novas tecnologias, processos e formas de trabalhar. O mundo muda a todo o momento, o que você sabia ontem, já está desatualizado hoje. Não existe volta.
“A joalheria tem vivido
seu momento mais vibrante e criativo
dos últimos anos.”
Como você enxerga o momento da joalheria no mundo de hoje?
Rodrigo Robson: Eu não tenho dúvidas de que a joalheria tem vivido seu momento mais vibrante e criativo dos últimos anos. Grandes marcas investindo em estética contemporânea e inovadora, materiais alternativos, consciência social e ambiental na exploração e fabricação das coleções. O surgimento de uma nova geração de designers com pensamento atualizado com o mundo e a maturidade do trabalho dos designers e marcas que já trilham esse mercado a mais tempo, são uma ponte perfeita entre a experiência e o novo.
“As coleções
Signature são
minha grande
paixão na criação
de joias.”
Você já trabalhou com grandes joalherias e frequentemente é convidado a assinar coleções para outras marcas. Assim como aqui na Coliseu, com a coleção Signature. Como é o desenvolvimento de uma coleção que já tem uma certa característica, um público já definido?
Rodrigo Robson: As coleções Signature são minha grande paixão na criaçã de joias. O fato de existir um público definido nos dá um norte e organiza nosso trabalho dentro da marca. Porém, meus olhos estão também sempre voltados para a conquista de novos clientes. A cada um que chega é uma celebração por mais uma pessoa que entendeu a nossa mensagem, que entendeu quem nós somos. É delicioso ter a oportunidade de entrar tão profundamente na história de uma empresa, descobrir seus signos e sua personalidade. Com a Coliseu foi exatamente assim. Fui alimentado por uma equipe apaixonada, cheia de ideias criativas e informações valiosas, o que deixou meu trabalho muito mais prazeroso. Foram 2 meses de muita troca, muitos sonhos, muitos e muitos desenhos para uma seleção rigorosa das peças finais.
“Colosseo é um retorno ao início,
com o olhar para o futuro.”
O que podemos esperar dessa coleção?
Rodrigo Robson: Colosseo é um conceito em busca das origens! É uma coleção sobre a identidade e a potência da marca. A valorização da história, em contraponto com o traço atualizado e moderno. Uma interpretação contemporânea, buscando os conceitos clássicos da joalheria. “Colosseo” é um retorno ao início, com o olhar para o futuro.
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