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Coliseu entrevista:
Henrique Steyer

 

Henrique Steyer é uma referência quando falamos em arquitetura, design e comunicação. Profissional premiado e reconhecido ao redor do mundo, o arquiteto conversa conosco para contar sobre sua jornada artística. No bate-papo, ele também revela detalhes da coleção em parceria com a Coliseu. Confira a seguir a entrevista completa.

 

Conheça Henrique Steyer

 

Sobre o Henrique Steyer, para quem ainda não o conhece, pode nos dizer o que precisamos saber sobre você e o seu trabalho? Quem é Henrique Steyer?

Henrique Steyer: Tenho formação em arquitetura e urbanismo, mas antes disso eu havia estudado na faculdade de comunicação também. Após formado, fiz pós-graduação em imagem publicitária e outra pós em design estratégico, e desde sempre meu trabalho foi pautado pela interação entre essas áreas. Gosto desse universo da criatividade, então passeio por diversas escalas de projeto, criando ambientes, móveis, luminárias, roupas e até joias.

Em agosto de 2022, em Nova Iorque, você recebeu a premiação de arquiteto homenageado do ano do Núcleo Casa, o que representa esse prêmio para você e para o cenário da arquitetura nacional e internacional?

Henrique Steyer: Foi uma honra receber esse reconhecimento pelo conjunto da minha obra, mesmo ainda pensando que tenho muito para desenvolver e que estou apenas começando. Sou o segundo profissional a receber essa homenagem, num mercado onde os gaúchos ainda são pouco reconhecidos. Isso torna o prêmio ainda mais especial.

 

O processo criativo

 

Você já projetou loja na África do Sul, ganhou prêmio de decoração na Turquia, foi capa de livros e revistas até na China, tendo seus projetos publicados em mais de 35 países. Com esse vasto currículo e ainda tão jovem, pode compartilhar o seu processo criativo com a gente – tanto na arquitetura como no design?

Henrique Steyer: Brinco que, pra mim, a tendência é não seguir tendências. Gosto de criar algo novo, inédito, e fugir dos modismos. Meu processo criativo sempre flertou com a subversão e com o rompimento de regras. Busco inspiração na moda, na música, no cinema, na arte… gosto de beber de fontes pouco exploradas. Acredito que para um projeto criativo ser bem sucedido, ele precisa ser interessante, inusitado e impactante. É isso que as pessoas buscam e é isso que, quando os olhos percebem, a alma se enche de alegria.

 

“A joalheria é antes de tudo uma
expressão artística.”

 

A joalheria é um segmento milenar, o trabalho do ourives é extremamente manual e até hoje faz parte do processo de desenvolvimento das joias. Como você enxerga o impacto do surgimento das novas tecnologias nesse processo?

Rodrigo Robson: A joalheria é antes de tudo uma expressão artística. A gente pode contar a história do mundo através da joia. Sempre existirá o espaço para uma joia incrível feita à mão, sempre existirá um artista extraordinário a ser reconhecido. Isso constrói a magia do nosso mercado. Porém, a grande maioria das empresas exige agilidade em suas linhas comerciais. É natural essa movimentação, e precisamos entender sobre novas tecnologias, processos e formas de trabalhar. O mundo muda a todo o momento, o que você sabia ontem, já está desatualizado hoje. Não existe volta.

A arte está presente na sua assinatura, como iniciou esse processo dentro dos seus trabalhos?

Henrique Steyer: A arte é uma paixão pessoal. Não aprendi isso na escola nem na academia. Acho que é algo da alma mesmo. Adoro aquela frase no filósofo Nietzsche que diz: “Temos a arte para não morrer da verdade”, e isso é tudo. Lembro de ter comprado um quadro em uma casa de leilões em uma tarde de agenda super atribulada, mas mesmo com horário atrasado para chegar em uma reunião, precisei ir em casa e pendurar o quadro na parede antes de seguir com meus compromissos. Aquilo era mais importante do que tudo naquele momento. E gostar de arte é isso. É sentar para ver uma peça de teatro e voltar para casa chorando de emoção. É postergar compromissos para poder ver uma obra pendurada naquela parede que você idealizou. É algo bobo para muitos e vital para poucos. Agora até lembrei daquela outra frase que diz: “Aqueles que foram vistos dançando, foram considerados loucos por aqueles que não podiam ouvir a música”. Então é isso. Arte é sobre ouvir a música que poucos podem ouvir.

 

Henrique Steyer
assina coleção
para Coliseu

 

Em matéria recente publicada na Revista Claudia, você citou que o principal desafio para o desenvolvimento exclusivo das joias criadas para a Coliseu, com a sua assinatura, foi a escala pequena, pois o seu trabalho é para escalas maiores, além disso, o que mais você destaca sobre esse trabalho?

Henrique Steyer: Exato! Tenho mais domínio em trabalhar com escala maior, como ambientes, espaços fechados e móveis. O desafio ao criar joias é justamente o nível de detalhe exigido, que envolve ergonomia e até anatomia, para propor peças bonitas, diferenciadas e confortáveis de usar. Essa nova coleção traz algumas curiosidades bacanas que tem a ver com o período que estamos vivendo. Num mundo pós-pandemia, precisamos ter em mente que a vida continua e que o show não pode parar. Pensando nisso, propus uma série de peças que servem com lembretes lúdicos para mantermos sempre a vibração positiva. O conjunto de frases motivacionais se aplica em pingentes, anéis e pulseiras colecionáveis para que todos continuem se amando, acreditando e tendo fé em dias melhores. O detalhe está na reprodução em jóia, da venda que cega os olhos na minha linha de quadros “Blind”, e que faz alusão a obra de José Saramago: Ensaio sobre a Cegueira, onde o autor questiona se não somos todos um pouco cegos, permitindo-nos enxergar apenas aquilo que nos convém. São peças ideiais para presentear, agrupar e até colecionar. Outra série de peças eu estou chamando de Balagandã. Originalmente o balangandã era um amuleto dos povos africanos para espantar o mau olhado e as forças adversas. Objetos, símbolos e ícones presos em uma penca seriam como decoração e adorno corporal. Em sua versão moderna, sugiro uma versão ecumênica do adereço, trazendo simbologias das mais diversas crenças e religiões, passando pelo judaísmo, catolicismo, budismo e até umbanda, ainda acrescentado de elementos irreverentes que remetem às minhas peças mais icônicas de design. É para espantar qualquer olho grande com alta dose de charme! Já a linha Onça, com peças robustas e cheias de personalidade, tem como inspiração a força do maior felino da fauna brasileira: a Onça Pintada, já consagrada no meu design nos quatro cantos do mundo em forma de móveis, roupas e joias.

 

 

#HenriqueSteyer #Design #Arte #Joalheria


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